Últimos dias de grávida, Parto e Pós-Parto

 Minha filhota estava prevista para nascer no dia 6 de abril, mas ela se apressou e decidiu conhecer o mundo mais cedo, nascendo 15 dias antes das 40 semanas, no dia 22 de março de 2010, de 1 hora e 56 minutos da manhã de uma segunda-feira, pesando 3,365kg e medindo 49 centímetros.

No sábado, dia 20 de março de 2010, acordei cedo, limpei a casa e fui com meu marido buscar a moça que fez a decoração do quarto de Ana Luiza, para ela terminar a pintura do quarto. Como faltavam só uns retoques, ela terminou rapidinho. Depois almoçamos e fomos buscar a minha irmã, para juntas irmos falar com a doceira que ia fazer as trufas de chocolate para as lembrancinhas da maternidade. Acertamos tudo e fomos comprar mais algumas coisinhas para Ana Luiza. Depois voltamos para casa, para minha irmã me ajudar a terminar de arrumar o quartinho da minha florzinha e tirarmos as últimas fotos da barriga. E durante todo o tempo eu reclamando de dores. Eu já estava em trabalho de parto e não sabia, pois para mim, aquelas dores eram normais, já que durante toda a gravidez eu senti muitas dores.

                      A pintura da parede do quarto dela ficou assim:

                             Dois dias antes de Ana Luiza nascer

                                 Já estava em trabalho de parto e não sabia

 Essas foram as lembrancinhas. Dentro de cada caixinha, vinha uma trufa de chocolate

Fui deitar naquele sábado as 9 horas da noite, mas não consegui dormir. Foi a noite toda gemendo de dor e Jailson pedindo para que eu ligasse para a médica, ma eu não quis, pois achava que aquelas dores fossem normal e, para mim, eu só estaria em trabalho de parto se a bolsa rompesse.  A noite passou e no domingo pela manhã não senti muitas dores, senti apenas uma cólica leve, então não me preocupei. Mas quando foi no final da tarde as dores voltaram e comecei a suspeitar que estava em trabalho de parto e resolvi cronometrar as contrações, para ver se estavam regulares e ora dava de 10 em 10 minutos, ora de 11 em 11, ora de 6 em 6 minutos. Então achei que eram falsas contrações. Minha irmã e meu pai não paravam de ligar para saber se eu já tinha ligado para a médica e Jailson também ficava mandando eu ligar. estavam todos nervosos, menos eu, pois a bolsa não tinha estourado. Mas a meia da noite, eu comecei a sentir umas dores muuuito fortes, a ponto delas me fazerem fazer coco três vezes seguidas, de tão fortes que eram e elas davam a cada 4 minutos.

Olhei para jailson e falei: "Ela vai nascer agora!!" Neste momento meu celular tocou e era minha médica perguntando o que estava acontecendo (minha irmã não aguentou esperar por mim e ligou logo para a minha médica  rsrsrs...). Quando contei das dores a cada 4 minutos, ela me mandou correr para a maternidade. Corremos para lá e eu, que até então estava achando que iria aguentar um parto normal, vi que as dores que eu estava sentindo eram insuportáveis para mim e já entrei na recepção da maternidade perguntando pelo anestesista e dizendo que queria ser anestesiada imediatamente   rsrsrsrs...  Dra Lúcia (minha médica) rir com isto até hoje, pois ela estava me aguardando na recepção e eu nem quis saber dela, quis saber no anestesista, pois era ele quem ia tirar aquela dor que eu estava sem aguentar. Neste momento as contrações estavam dando a cada 1 minuto. Não deu tempo esperar por nada! Me levaram direto para a sala de parto e, embora eu estivesse com os 10 centímetros de dilatação, a bolsa não tinha rompido nem a bebê descido e como eu já não aguentava mais as dores, foram feitos todos os procedimentos para a cesariana e foi tudo tão rápido que nem deu tempo de meu marido entrar (fato que ainda lamentamos). o parto foi bem tranquilo, mas depois que levaram Ana Luiza para o berçário, eu apaguei geral na mesa de cirurgia e só acordei duas horas depois com o anestesista dando tapinhas no meu rosto. Depois deste susto, achamos que estava tudo bem, mas o pior estava por vir.

17 horas depois do parto, comecei a perder muito sangue, saiam coágulos enormes de sangue e começamos a ficar assustados, mas achamos que fosse normal (pais de primeira viagem, é fogo!). Mas, menos de uma hora depois de tomar banho eu já estava totalmente encharcada de sangue, inclusive os lençois. A enfermeira me limpou ali mesmo, pois eu já não tinha condições de levantar e chamaram a minha médica. quando ela chegou, constatou que eu estava com uma hemorragia provocada por uma Atonia Uterina (meu útero não contraiu depois do parto). Então começou meu sofrimento, com medo de morrer e deixar minha pequena sem mãe e comecei a lutar pela vida. Orava sem parar, pedindo a Deus que não me levasse, pois minha filha precisava de mim. A médica fez os procedimentos necessários e passou a noite toda comigo e disse que só iria embora quando conseguisse estabilizar minha pressão e controlar a hemorragia. Em um braço eu recebia sangue e no outro, dois soros ao mesmo tempo e a toda hora eram aplicados medicamentos em mim. Se a hemorragia não fosse controlada, eu iria voltar para a mesa de cirurgia e seria tirado meu útero, na tentativa de salvar minha vida. Mas graças a Deus, a hemorragia foi controlada e dois dias depois meu quadro mudou e eu me recuperei.

Lembro que no 2º dia de vida da minha filha, eu estava tão mal, que nem conseguia amamentá-la. Deste dia, só lembro dela chorando de fome e meu marido desesperado dizendo: "Lidianne, olha a bichinha... Ela tá com fome, me ajuda, não sei o que fazer!" E eu disse quase sem forças: "Liga para o ramal do berçário e pede ajuda a enfermeira, que ela te ensina como colocar ela no meu peito, pois eu não consigo segurá-la". E apaguei! Acordei umas 10 horas depois e perguntei se ele tinha conseguido fazê-la mamar e graças a Deus, apesar do meu estado, o leite já jorrava dos meus seios e ela mamou o dia todo com a ajuda do papai!

Com dois dias de vida, se consolando com a chupeta, pois eu não podia cuidar dela

Cinco dias depois, tivemos alta e voltamos para nossa casinha felizes e agradecidos a Deus pelo milagre que ele fez.